MENSAGEM DE SALVAÇÃO
Há
momentos na vida em que desejamos ficar escondidos. Os perigos, os medos, os
constantes ataques de inimigos, as ameaças, as incertezas na família, as lutas
contra vícios e pecados e a insistente ausência de bondade nos fazem pensar em
um lugar de abrigo, para, pelo menos, termos um momento de paz.
Deus
é este “lugar”. O salmista confessou: “Em tempos difíceis, ele me esconderá no
seu abrigo. Ele me guardará no seu Templo e me colocará em segurança no alto de
uma rocha” (Sl 27.8). Deus ama você e nunca abandonará você. “Esconda-se”
em Deus e viva em segurança, sempre.
Oremos: Deus, meu Senhor, cuide de mim. Preciso do
lugar de refúgio que só você pode dar em Jesus Cristo. Diante de tempos
difíceis, esconda-me sob sua proteção e graça. Amém.
Leia
em sua Bíblia: Salmo 27
Fonte- Hora Luterana
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POLÍCIA
Novo golpe na
praça: PRF alerta para falsas multas
Com o clique de uma câmera simples eles registram a placa do veículo. Com
esta informação e a ajuda de despachantes acessam os dados do proprietário do
automóvel e em seguida emitem uma falsa multa com boleto e a enviam à casa do
condutor. Esse é o novo golpe contra os motoristas brasileiros.
A PRF estima que o esquema seja grande em razão dos baixos valores cobrados pelas multas – até R$ 100,00 – e por envolver uma das mais movimentadas rodovias do país. “A ideia da quadrilha deve ser enviar vários boletos de valores baixos para não chamar a atenção’, disse o inspetor chefe da PRF de Taubaté, Luiz Ernani Guedes.
O documento fica idêntico ao emitido pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e os desavisados acabam pagando o boleto – normalmente de um valor não muito alto, para não chamar atenção – depositando o dinheiro na conta bancária dos estelionatários.
Ações como estão no repertório de golpistas que atuam, sobretudo nos estados de São Paulo e Paraná. As multas falsas foram registradas nas cidades de Taubaté e Londrina, mas se estendem durante toda a extensão da via Dutra, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) as queixas são muitas e a recomendação é que ao receberem o documento referente à multa, os usuários acessem o site do respectivo Detran e consultem, por meio da placa do veículo, se há de fato algum registro de infração. A PRF faz a mesma recomendação.
“É um golpe novo, mas temos que estar preparados. Antes de fazer qualquer pagamento, entre no site da PRF (www.dprf.gov.br), cheque se a multa existe. Desta forma evita ser lesado dessa possível golpe. Se não existir a denúncia deve ser feita”, alertou o inspetor Pedro Faria PRF, Paraná, Maringá.
A PRF estima que o esquema seja grande em razão dos baixos valores cobrados pelas multas – até R$ 100,00 – e por envolver uma das mais movimentadas rodovias do país. “A ideia da quadrilha deve ser enviar vários boletos de valores baixos para não chamar a atenção’, disse o inspetor chefe da PRF de Taubaté, Luiz Ernani Guedes.
O documento fica idêntico ao emitido pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e os desavisados acabam pagando o boleto – normalmente de um valor não muito alto, para não chamar atenção – depositando o dinheiro na conta bancária dos estelionatários.
Ações como estão no repertório de golpistas que atuam, sobretudo nos estados de São Paulo e Paraná. As multas falsas foram registradas nas cidades de Taubaté e Londrina, mas se estendem durante toda a extensão da via Dutra, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) as queixas são muitas e a recomendação é que ao receberem o documento referente à multa, os usuários acessem o site do respectivo Detran e consultem, por meio da placa do veículo, se há de fato algum registro de infração. A PRF faz a mesma recomendação.
“É um golpe novo, mas temos que estar preparados. Antes de fazer qualquer pagamento, entre no site da PRF (www.dprf.gov.br), cheque se a multa existe. Desta forma evita ser lesado dessa possível golpe. Se não existir a denúncia deve ser feita”, alertou o inspetor Pedro Faria PRF, Paraná, Maringá.
Fonte- O Capixabão
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PENSE
HOJE E SEMPRE
“Afasta
de mim
a falsidade e
a mentira; não me dês nem a pobreza
nem a riqueza; dá-me o pãp que
me for necessário;...”Salmos C.
30-V.09
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COMPORTAMENTO
As 85 pessoas mais ricas do
mundo têm o mesmo dinheiro que as 3,5 bilhões mais pobres
As pessoas mais ricas do mundo
certamente não são conhecidas por andarem de ônibus, mas estes 85 indivíduos,
que juntos controlam tanta riqueza quanto a metade mais pobre da população mundial,
poderiam caber em um único biarticulado.
Quem expõe esse dado chocante é a
Oxfam International, uma confederação de 13 organizações e mais de 3.000
parceiros que busca soluções para o problema da pobreza e da injustiça através
de campanhas, programas de desenvolvimento e ações emergenciais.
Seu novo relatório adverte que as 85
pessoas mais ricas em todo o globo compartilham uma riqueza combinada de £ 1
trilhão (cerca de R$ 3,8 trilhões), enquanto 3,5 bilhões dos mais pobres
dividem outro £ 1 trilhão“[O relatório da Oxfam] é mais uma confirmação de que
a economia global está destorcida”, afirma Philip Jennings, secretário-geral da
UNI Global Union, uma federação internacional de sindicatos com sede em
Genebra. “Estes são níveis de desigualdade que não vemos desde 1920”.
Os 1% mais ricos do mundo concentram
quase metade de todo o dinheiro no globo. Ele possuem juntos US$ 110 trilhões
(cerca de R$ 257 trilhões), o equivalente a 65 vezes mais do que a riqueza
total da metade mais pobre do mundo junto. Os dados, compilados do relatório
World Wealth do Credit Suisse e da lista de bilionários da Forbes, mostra que os mais ricos
aumentaram suas fortunas em 24 dos 26 países pesquisados entre 1980 e 2012.
que líderes políticos e grandes
empresários vão discutir nos picos nevados de Davos, na Suíça, durante o Fórum
Econômico Mundial esta semana. Poucos, se algum deles, irão chegar ao fórum de
ônibus. Jatos particulares e helicópteros devem descer nas redondezas enquanto
algumas das pessoas mais poderosas do mundo se reúnem para discutir o estado da
economia mundial ao longo de quatro dias.
Winnie Byanyima, diretor-executivo da
Oxfam, vai participar das reuniões e disse: “É impressionante que, no século
21, metade da população do mundo – que é 3,5 bilhões de pessoas – não possuem
mais do que uma pequena elite cujo número poderia caber confortavelmente em um
ônibus de dois andares”.
Oxfam também argumenta que isso não é
acidente – a crescente desigualdade tem sido impulsionada por uma “tomada de
poder” pelas elites ricas, que cooptaram o processo político para fraudar as
regras do sistema econômico em seu favor. Desde o final de 1970, as taxas de
impostos para os mais ricos caíram em 29 dos 30 países para os quais existem
dados disponíveis, segundo o relatório.
A organização postula que a luta
contra a pobreza não pode ser vencida até que a desigualdade seja abordada.
“Ampliar a desigualdade é criar um círculo vicioso, onde a riqueza e o poder
estão cada vez mais concentrados nas mãos de poucos, deixando o resto de nós a
lutar por migalhas”, argumenta Byanyima.
Brasil tem diminuição de desigualdade
O presidente dos EUA, Barack Obama,
identificou a igualdade econômica como uma das questões que definem a nossa
época. Em um discurso em dezembro, ele disse que o aumento da desigualdade
“desafia a própria essência do que somos como povo”. Nos EUA, os 1% mais
privilegiados representam 95% do crescimento pós-crise financeira desde 2009,
enquanto os 90% da parte de baixo da lista tornaram-se mais pobres.
“Nos últimos 30 anos, 7 em cada 10
pessoas têm vivido em países onde a desigualdade econômica tem aumentado”,
explica Nick Galasso, um dos coautores do estudo. “Esta é uma tendência que vem
se desenrolando globalmente nas últimas duas ou três décadas. Nós não vimos
qualquer vontade política de coibir isso”.
Felizmente, a América Latina segue na
contramão desta tendência –temos diminuído a desigualdade na última década.
“Entre os países do G20, as economias emergentes geralmente eram aquelas com
maiores níveis de desigualdade (incluindo África do Sul, Brasil, México,
Rússia, Argentina, China e Turquia) enquanto os países desenvolvidos tendiam a ter níveis menores
de desigualdade (França, Alemanha, Canadá, Itália e Austrália)”, explica o
relatório. “Agora, todos os países de alta renda do G20 (exceto a Coreia do
Sul) estão vivendo o crescimento da desigualdade, enquanto Brasil, México e
Argentina estão vendo um declínio”.
No documento, a Oxfam aponta o Brasil
como um caso de sucesso na redução da desigualdade, em parte devido ao
crescente gasto público social, um programa de transferência de renda de larga
escala que impõe condições para o recebimento (Bolsa Família) e um aumento no
salário mínimo de mais de 50% desde 2003.
No entanto, a instituição deixa claro
que a democracia ainda é frágil e a desigualdade ainda é muito alta no país. A
boa notícia é que as ações recentes mostram que as enormes disparidades de
renda podem ser combatidas com intervenções políticas.
A Oxfam pediu que os participantes do
Fórum Econômico Mundial firmem um compromisso pessoal para resolver o problema,
abstendo-se de se esquivar de impostos ou de usar sua riqueza para buscar
favores políticos (como indicou uma pesquisa da confederação em seis países –
Brasil, Espanha, Índia, África do Sul, Grã-Bretanha e Estados Unidos -, a
maioria dos entrevistados acredita que as leis são distorcidas para favorecer
os ricos).
Entre outras coisas, a Oxfam sugere o
estabelecimento de uma meta global para acabar com a desigualdade extrema em
todos os países, uma regulamentação maior dos mercados para promover
crescimento sustentável e diminuição dos poderes dos ricos de influenciar os
processos políticos.
Além de ser moralmente duvidosa, a
Oxfam defende que a desigualdade econômica também pode agravar outros problemas
sociais, como a desigualdade de gênero. Até as reuniões dos poderosos já sofrem
nesta área, com o número de participantes mulheres caindo de 17% em 2013 para
15% este ano. [TheGuardian, USAToday, BBC]
Dica de artigo de Rafael
Slonik.
tem 24 anos, é jornalista, apaixonada por esportes,
livros de suspense, séries @@@@@@@@@@@@@@@@
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PASSAGEM BÍBLICA
“Não
vos deixeis envolver por doutrinas várias e
estranhas, porquanto o que vale
é estar
o coração confirmado com graça e
não com alimentos, pois nunca
tiveram proveito os que com isto se
preocupam . Hebreus C. 13- V. 09
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ECONOMIA
Findes anuncia investimento
de R$ 150 milhões em ampliação dos serviços de educação, qualificação e
formação profissional
O presidente da Federação
das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, anunciou nesta
terça-feira (21) um Plano de Investimentos da ordem de R$ 150 milhões a serem
aplicados até 2017. Os recursos serão destinados a ações diversas, com destaque
para a reforma, modernização tecnológica, ampliação e criação de novas unidades
para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social da
Indústria (Sesi) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL).
O presidente Marcos Guerra explica que a medida tem como objetivo atender à demanda gerada pelos novos projetos industriais que estão em fase de instalação no Estado, interiorizar e ampliar as ações do Sistema Findes e, consequentemente, aumentar o valor agregado da indústria capixaba.
“O Espírito Santo realiza ao
longo do ano a instalação e/ou conclusão de importantes plantas industriais que
giram em torno de R$ 24,88 bilhões. E um dos principais desafios é a
qualificação da mão de obra. Vamos investir pesado na modernização dos
laboratórios do Senai, na expansão da rede de prestação de serviços de educação
básica, profissional e corporativa, em saúde, segurança e qualidade de vida do
trabalhador, com reformas, ampliações e construções de novas unidades do Sesi,
do Senai e do IEL em diferentes regiões do Estado”, destacou Guerra.
Marcos Guerra detalhou ainda
que, além da construção do novo Instituto Senai de Tecnologia (na Av.
Beira-Mar, em Vitória), estão previstos investimentos da ordem de R$ 20 milhões
nos 60 laboratórios do Senai instalados em todo o Espírito Santo e atuantes nas
áreas técnicas de alimentos, automobilística, elétrica residencial e industrial,
ensaios destrutivos (construção civil), hidráulica, informática, marcenaria,
mecânica, pintura automotiva, plásticos, solda, meio ambiente, metalografia,
metrologia, pneumática e vestuário.
Obras previstas no Plano de Investimentos
·Colatina e Região:
Nova Unidade Senai Centromoda / Reforma e ampliação da Unidade do Senai /
Reforma e ampliação da unidade do Sesi.
·Linhares e Região:
Reforma e ampliação da unidade do Sesi
·Aracruz e Região: Quadra poliesportiva
coberta na Unidade Integrada Sesi-Senai-IEL.
Anchieta e Região: Nova
Unidade Integrada Sesi-Senai-IEL.
· Cachoeiro e Região: Nova Unidade
Integrada Sesi-Senai-IEL.
Vila Velha: Sesi
Cobilândia - Reforma e ampliação da unidade do Sesi-Senai / Araçás – Nova
unidade Senai Centromoda.
·Serra: Senai Civit -
Reforma e ampliação da unidade / Laranjeiras – Nova unidade de saúde para o
trabalhador.
·Cariacica: Nova
Unidade Integrada Sesi-Senai-IEL
·Vitória: Novo
Instituto Senai de Tecnologia / Novo Espaço Cultural do Sesi, dotado de
equipamentos multimídia, galerias de arte, biblioteca e restaurante.
·Nova Venécia: Implantação do Núcleo Regional do Sistema Findes
·Agências de Treinamento
Municipal (ATMs) – Implantação de mais cinco ATMs: Castelo / Guaçuí /
Itarana – Itaguaçú / Santa Tereza / Vila Pavão.
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FRASE:
“- Intimidade gera aborrecimentos e filhos. Com a
Senhora não quero ter aborrecimentos e, muito menos filhos. Portanto, exijo que
me respeite.”
O Prefeito Jânio Quadros, em 1987, dava entrevistas para os jornalistas
sobre a sua administração ( sobre a polêmica dos homossexuais do Teatro
Municipal ), quando uma jovem jornalista de um determinado jornal de primeira
linha o interrompeu.
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RELIGIÃO
inteligentes e cristãos
Ao entrarmos no ano eleitoral de 2014, o que podemos esperar? Infelizmente, os indícios não são positivos. Ultimamente, no meio evangélico, têm aparecido vários artigos virulentos contra a esquerda, usando as formas mais espúrias de argumentação, como ataques à moral e às motivações dos que pensam de modo diferente, e a caracterização da esquerda em termos das suas piores manifestações históricas e da direita em termos apenas dos seus ideais.
Estranhamente, uma das caracterizações mais comuns é a da esquerda como autoritária. Além de ignorar os exemplos -- muito mais numerosos -- de autoritarismo de direita, essa caracterização também ignora o profundo compromisso democrático de seus irmãos na fé que se consideram de esquerda. Pior ainda, não se percebe quão irônico é querer defender a democracia com insultos.
O autoritarismo não se combate insultando e descaracterizando -- e, em alguns casos, literalmente demonizando -- os que pensam de outra maneira. Pelo contrário, o destempero no “debate” político é inimigo da democracia e pode até preparar o terreno para futuros autoritarismos.
Nossa principal preocupação, então, é com o “estilo” dos ataques à esquerda e o dano que fazem à comunidade evangélica. Os evangélicos mais bem formados, seja qual for a posição política deles, têm o dever de “educar politicamente” a comunidade evangélica por meio de um debate conduzido “de maneira cristã”. Isso significa não insultar o outro lado. Evangélicos de formação privilegiada têm a responsabilidade de fazer uma contribuição evangélica séria ao debate político nacional e de aprofundar o debate político no meio evangélico. Deveriam justificar a sua opção pela direita (perfeitamente legítima) em linguagem sóbria e ponderada, e não em linguagem apocalíptica que coloca em dúvida o “status” evangélico de quem pensa diferente. Deveriam liderar o amadurecimento evangélico num debate político mais sério e condizente com a democracia. Porém, até agora, infelizmente, vemos negligenciadas as virtudes cristãs de busca da verdade e de não distorcer as ações e intenções de nossos opositores.
Além de protestar contra a maneira anticristã como o debate tem sido conduzido, queremos também afirmar a importância desse debate. A metáfora espacial “esquerda-direita” é útil por dois motivos: para a representação simbólica de teorias políticas e para ambos os lados se definirem um em contraposição ao outro. O espectro político esquerda-direita está longe de ser superado. Contudo, as divisões não devem ser vistas como camisa de força, mas sim como uma questão de valores políticos.
A linhagem teórica que reúne a esquerda, de acordo com o cientista político Norberto Bobbio, é o seu ideal de igualdade social, em contraste com a direita que enfatiza o ideal da liberdade individual. Esses termos podem ser imprecisos, mas constituem o ponto de partida para a distinção. Existem casos em que os dois ideais são compatíveis e complementares, outros em que podem excluir-se reciprocamente, e existe a terceira possibilidade: a de buscar o equilíbrio. Com efeito, nenhum dos ideais pode ser realizado completamente sem limitar o outro. No entanto, a esquerda democrática está longe de propor a negação da liberdade. Antes, considera que a liberdade efetiva para todos é possível somente por meio de um certo grau de igualdade.
A democracia tem como elemento central a igualdade “política”. O paradigma liberal afirma que o livre mercado e a democracia não entram em contradição, que existe uma afinidade de valores entre os dois. No entanto, existe um problema fundamental no paradigma liberal, pois o livre mercado limita os que não têm força social para afirmar a sua liberdade. Esta é a crítica mais contundente que a esquerda propõe: quem não tem escolha real está submetido à precariedade e à vulnerabilidade. Portanto, segundo a esquerda, há uma tensão inerente ao paradigma liberal, pois a desigualdade econômica mina os direitos políticos e civis.
Podemos colocar a mesma crítica em termos bíblicos. Uma das caracterizações mais centrais da Bíblia a respeito do ser humano é a condição “caída” dele, ou seja, seu afastamento de Deus e consequente tendência ao pecado e à desintegração interior. Essa é uma das condições mais niveladoras da humanidade: “todos nós” somos pecadores. Essa “comunhão” universal humana no pecado é uma das grandes justificativas da democracia: ninguém merece ter poderes ilimitados e não supervisionados sobre os seus semelhantes.
Apesar disso, o cristianismo, no decorrer da história, foi frequentemente usado para defender ideais de desigualdade. Porém, o princípio da igualdade é como a medicina para nós: é boa, não porque seja necessariamente agradável, mas porque estamos doentes. Devido à natureza caída do ser humano, onde houver desigualdade, haverá opressores e oprimidos. Por isso, “amar ao próximo como a si mesmo” inclui, na medida do possível, o esforço para quebrar as estruturas desiguais que engendram a opressão.
No campo da esquerda política, o valor principal é a busca pela igualdade social. Afinal, a liberdade somente se torna efetiva em conjunto com um certo grau de igualdade. Somente assim, o princípio fundamental da democracia, a saber, a igualdade política, se realiza. Porém vemos, cada vez mais, as instituições globalizadas não eleitas ditando as regras para governos nacionais, muitas vezes à custa do bem-estar da população. E vemos governos se tornando reféns cada vez mais do poder financeiro e econômico. Não é difícil perceber como a desigualdade prejudica a democracia.
Há muitos outros argumentos cristãos que podem ser usados a favor de posições políticas que se costuma chamar de “esquerda”. Há, também, argumentos cristãos para defender posições de direita. Tenhamos, então, um debate adulto no meio evangélico, sem questionar a sinceridade e, muito menos, a condição cristã do outro lado. Entre a revelação bíblica e as opções políticas de hoje, há uma longa “ponte hermenêutica” a atravessar, e, ao atravessá-la, podemos tentar compartir com os outros caminhantes um pouco da luz que temos e estar abertos para receber deles um pouco da luz que talvez possuam.
• Raphael Freston estuda ciências sociais na Universidade de São Paulo e é membro da diretoria nacional da ABUB.
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