Sentir-se livre é maravilhoso! A liberdade exala
paz e alegria. E, ao contrário, quando nos sentimos (e somos) escravos, cada
novo dia é um novo tormento, cada pequena alegria apenas um breve respirar,
cada conquista, apenas um engano. Escravos da lei, nunca conseguiríamos
cumpri-la. Jesus a cumpriu e nos libertou. "Assim vocês não são
mais escravos; vocês são filhos. E, já que são filhos, Deus lhes dará tudo o
que ele tem para dar aos seus filhos." (Gl
4.7)
Oração: Senhor Jesus, como é bom ser livre, ser filho
de Deus! Obrigado! Amém.
Leia
em sua Bíblia Gálatas 3.21-4.7
Fonte- Hora Luterana
MANIFESTAÇÃO?????????
As
manifestações que estão ocorrendo, tem um foco: as
eleições presidenciais do próximo
ano. Quem será que
está financiando estes
protestos?, existe algumas pessoas
que realmente estão
cobrando por melhorias
nos serviços públicos,
mas para isto não é necessário quebrar banco, assaltar lojas
e supermercados, prédios públicos
etc.
Como estamos em uma democracia, devemos protestar
e manifestar mesmo. Um
exemplo, são os serviços de
internet, telefones fora de área,
filas em bancos etc, o
pior é que não existe
onde reclamar.
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As causas anônimas da quinta-feira 13
“A
tentativa mais constante é de atribuir as mobilizações à classe média irritada
com a corrupção. Os jovens rebeldes se transformaram em bons filhos de família,
bem comportados, que estariam tendo sua primeira lição de democracia, salutar e
necessária. Mas isso passa longe da verdade”
Bajonas de Brito Júnior *
Os jornalistas e analistas políticos das mídias
tradicionais se esforçam para acertar, no chute, a origem do fenômeno. Uns
dizem que foi o sistema de “mobilidade urbana” (a expressão virou moda, depois
de servir às empreiteiras para moverem muito dinheiro dos cofres
públicos), porque o maior problema são as passagens no país inteiro. Outros
afirmam que foram as obras da Copa, fala-se também da situação da saúde e da
educação e há quem jure que a causa de tudo foi a corrupção (foi o que disse
anteontem ao vivo Jorge Pontual, na Globonews, direto de New York como sempre,
insistindo que tudo – passagens, obras da Copa, saúde, etc. – está como está
por causa dos corruptos).
A esse rosário juntam-se ainda a PEC 37, o Marco Feliciano no Congresso
(que aprovou a Cura Gay em meio à onda de protestos no país, tão petulante está
o fundamentalismo evangélico), a inflação e o tomate, as repressões contra os
índios, como vimos recentemente no Museu do Índio no Rio, e o assassinato de um
índio em desocupação comandada pela Polícia Federal. Na verdade, o que é mais
fácil do que apontar causas para a revolta popular no Brasil hoje? Não é uma ou
outra barbaridade, é quase tudo que está submerso no caos.
De uma coisa, porém, a grande mídia tem se
esquecido de mencionar: a própria mídia brasileira e suas manipulações
grosseiras. Mas isso já seria pedir demais, não? O fato é que até a
quinta-feira 13, as maiores redes repetiam em uníssono que as cidades não
podiam ficar reféns de uns poucos vândalos e baderneiros radicais. Mas, de
repente, dois fatos novos vieram espalhar o pânico nas edições: as tentativas
fracassadas do Datena, ao vivo,
de manipular a opinião contra os
manifestantes e a pesquisa do Datafolha mostrando a maioria da população
favorável aos manifestantes. Esses dois acontecimentos tiveram lugar na noite
do dia 13.
Até aquele momento, o horror aos vândalos era o
sentimento comum que unia o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito da cidade de São Paulo,
Fernando Haddad, e, para além deles, toda a classe política do país e a
mídia. O comentarista de Globo News em São Paulo, no início da noite do
dia 13, repetia sem cessar “o Brasil é um país da paz, e é muito preocupante
assistir aos atos de violência dos manifestantes”. No mesmo momento, o
ministro da Justiça, o quase sempre invisível Cardozo, havia acabado de dar
declarações raivosas sobre a necessidade do combate ao vandalismo. Mas aí veio
a hecatombe: a maioria da população estava a favor dos manifestantes, mostrava o Datafolha.
E pior: açulada pelos discursos sanguinários de
Cadozo, Alckmin e Haddad, e o silêncio omisso de Dilma, a PM de São Paulo foi
para cima com métodos para lá de fascistas: atirando balas de borracha no rosto
dos que insistiam em filmar (Só a Folha de
S. Paulo teve dois jornalistas feridos desse modo), distribuindo golpes de
cassetetes a torto e a direito, lançando bombas de gás lacrimogêneo a granel,
espancando expectadores, ciclistas, moradores, adolescentes, mulheres e
prendendo manifestantes ou quem estivesse mais à mão. Mas o tiro saiu pela
culatra: no dia seguinte ficou evidente que a população rejeitava os métodos
policiais e se compadecia com as agressões sofridas pelos estudantes. O efeito
moral das bombas lançadas pela PM de São Paulo foi o de desmoralizá-la.
Com isso, três centros de domínio tradicionais no
Brasil, a polícia, a mídia e a política, se viram de repente privados do seu
poder mágico de conduzir a boiada. E essa privação foi profunda. Os políticos
não conseguiram refazer os seus discursos porque, como o samba de uma nota só,
todos eles se apoiavam numa única premissa: alguns partidos políticos (leia-se
Psol e PSTU) estariam por trás dos panos conduzindo os protestos. Mas
logo ficou claro que isso não era possível, uma vez que as pesquisas mostraram que a maior parte
dos manifestantes não tinha partido, foi mobilizada pela internet, e trazia
para as ruas bandeiras sociais próprias. Perplexos da quinta-feira 13 até o
domingo 16, começaram a refazer o discurso com declarações, nada convincentes,
sobre a importância de ouvir a voz das ruas, o direito democrático de
manifestação, a importância de os jovens participarem em um movimento
democráticos, etc. Uma fraseologia feia e antiquada, ainda pior (piu cafona,
como dizem os italianos) do que o jargão tradicional. Dilma falou, para
elogiar, entredentes, o movimento e o direito à manifestação.
A polícia ficou alarmada com o apoio da população aos estudantes e, por
isso, inteiramente impotente enquanto instituição, com a nova identidade com
que foi carimbada de uma vez por todas pela opinião pública: violenta e brutal.
Sua repetição clara das práticas da ditadura militar foi apontada e
unanimemente repudiada. Não foi mais através da televisão e de seus âncoras
escolados que a população buscou informação sobre a violência policial, mas nos
vídeos do Youtube e do Facebook. A polícia então — freada pelos políticos e
desprezada pela população e, pior, intimidada com a disposição dos
manifestantes que, ao invés de se acovardarem com o terror policial, foram às
ruas ainda em maior número e com mais fúria — se viu paralisada.
No Rio e em São Paulo houve relatos de policiais
encurralados e cercados, literalmente, emparedados pelo movimento. No prédio da
Assembleia Legislativa do Rio, o palácio Tiradentes (que um especialista da
COPPE-UFRJ, escalado para comentar na Globo News na quinta-feira 13, afirmou
ser do século XVIII, quando na verdade foi inaugurado em 1926, no lugar em que
antes havia o prédio da Cadeia Velha, essa sim do século XVIII), um grupo de
policiais ficou cercado. Parece que de lá de dentro, na segunda-feira, partiram
tiros com munição real que feriram um manifestante negro. Em outro parte da
cidade, um grupo de PMs foi cercado e se
refugiou nos fundos de uma agência bancária.
A mídia, desarmada com a atitude da população (ou seja, dos expectadores
que “dão o Ibope”) de apoio aos manifestantes e de repulsa aos policiais, teve
de se ajeitar ainda no ar. Datena, depois de duas tentativas de manipular a
enquete feita ao vivo (cuja aberração chegava ao ponto de colocar o Não antes
do Sim, e já atribuir um ponto ao primeiro antes de começar a pesquisa), lançou
mão da reviravolta retórica mais repulsiva da história (já bem repulsiva) da
mídia televisiva brasileira. Vale reproduzir:
“Fazia muito tempo que não via uma
manifestação democrática e pacífica assim. É o povo. O povo está descontente.
Eu falei que ninguém queria aumento. Entre bandido e polícia, prefiro a
polícia. Entre povo e polícia, prefiro o povo”.
E a mídia foi obrigada a fazer o mesmo em todas as emissoras. O discurso
passou a ser favorável aos manifestantes. Mas isso não se fez sem que fosse
posta no ar uma reinterpretação dos protestos. Nessa, a tentativa mais
constante é de atribuir as mobilizações à classe média irritada com a
corrupção, ou seja, se trataria de recuperar o espectro da classe média de
direita fazendo dela o agente principal das manifestações. Os jovens rebeldes
se transformaram em bons filhos de família, bem comportados, que estariam tendo
sua primeira lição de democracia, salutar e necessária. Mas isso passa longe da
verdade.
Primeiro, a mídia não quer perceber que, de certa
forma, a quinta-feira 13 marcou o seu enterro. A comunicação pública se
cristalizou em torno do Facebook e do Youtube (a proibição dos dois pode ser o
objeto da próxima PEC ou do próximo projeto de lei a ser aprovado na Comissão
dos Direitos Humanos de Marco Feliciano, cuja falta de tato político chegou ao
extremo com a aprovação da Cura Gay durante os protestos), dos sites e dos blogs. A TV, aberta ou por
assinatura, se tornou supérflua no que diz respeito ao acompanhamento do
movimento e todos os seus desdobramentos. Ainda que traga enormes limitações
culturais e intelectuais (como a amizade administrada e as relações controladas
no mundo virtual), o Facebook foi o meio (a mídia) sem a qual os protestos não
teriam nunca alcançado as proporções que atingiu.
O ponto final é a questão que se liga aos pontos anteriores, da
representação ou “personalidade jurídica” do movimento. Se fosse possível
dizer, seríamos obrigados a falar em uma “personalidade jurídica anônima e
dispersa”, cuja força está precisamente nisso. As forças políticas tradicionais
(e os partidos que estão à frente delas, o PT e o PSDB) não têm por onde pegar
o movimento, porque não encontram liderança que possam cooptar. Não há como
fazer ofertas, prometer cargos, acenar com falsas promessas. É o mesmo problema
da polícia: não há como prender lideranças em um movimento que tem muitas? E,
talvez, uma das repulsas do movimento seja justamente à política das
lideranças, aos políticos com influencia, àqueles que são as caras eleitas
pelos ruralistas, banqueiros, empresários, empreiteiros, para tocarem seus
interesses.
A inesgotável multiplicidade de eventos e relações permitidas pelo
virtual, dentro do qual cresceu a maior parte da geração que hoje se manifesta,
ensinou que a exclusividade que serve de auréola às lideranças tradicionais não
mais seduz. Ao saírem da frente da tela para as ruas e praças, ou seja, ao entrarem
em “contato presencial” com uma massa viva, isso já oferece uma satisfação
libidinal que dispensa o desejo de ser liderança. Sequer faz sentido mais essa
figura.
Essa nuvem de anônimos escapará de todas as tentativas da política
tradicional, da mídia e da polícia de enquadrá-los. Ela é fluida demais para
ser quebrada, cooptada, encarcerada, dividida ou conduzida. A não ser através
do fechamento do Facebook e do Youtube (como se propôs na Turquia por esses
dias). Mas, na direção inversa, a política tradicional, a mídia corporativa e a
polícia truculenta não têm como escapar ao cerco da massa de anônimos.
* É doutor em Filosofia, autor dos livros Lógica do disparate, Método e
delírio e Lógica dos fantasmas. É coordenador da revista eletrônica Revista
Humanas e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Fonte- Congresso em Foco.
Integrantes da cúpula do PT atribuem protestos a governo, mídia e direita
Estadão Conteúdo
Redação Folha Vitória
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Brasília - Em meio a busca de explicações para o surgimento das manifestações em
todo o País, integrantes da cúpula do PT, ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de informação em tempo real da Agência
Estado, se dividem entre aqueles que culpam o governo pelo afastamento da
sociedade e os que creditam a manutenção dos protestos aos interesses da
direita e da mídia.
Na avaliação de alguns petistas, os protestos sem uma identificação partidária revelam uma nova forma de movimento social que, no passado recente, era capitaneado pelo partido, responsável em grande parte por dar voz aos "anseios" das classes. Agora, no entanto, o partido apenas "vê a banda passar".
Parte dessa falta de protagonismo atual, para alguns, deve-se a um "caldo de cultura" gerado desde o julgamento do mensalão e pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff dos políticos e consequentemente do PT.
"Isso já vem ocorrendo nos últimos cinco anos quando uma parcela da sociedade viu no mensalão que o PT, que era quem representava as multidões nas suas reivindicações, também não se salvava", disse um petista sob a condição de anonimato. "Dilma precisa disputar a agenda da sociedade. Não o faz porque acha que é centro da gravidade. A postura de que ela está acima da classe política também criou um caldo de cultura que veio desaguar agora", acrescentou.
Em meio ao descontentamento com Dilma, surge entre alguns representantes do partido um sentimento de "volta, Lula". "Há um sentimento estranho em relação à Dilma. O autismo do governo alimenta um sentimento de 'volta, Lula' que ainda não está canalizado, mas pode vir a ficar", afirmou outro dirigente do partido.
"Tudo isso pode injetar ânimo no movimento 'volta, Lula' porque ele conseguia segurar as massas, que sabiam que não seria prejudicadas, e os empresários que sabiam que ele, além de segurar as massas, ao mesmo tempo tinha coragem de colocar um Henrique Meirelles no Banco Central", completou um parlamentar do partido.
Procurado pelo Broadcast Político, o secretário de Comunicação Social do PT, Paulo Frateschi, negou que tenha qualquer movimentação interna pelo retorno de Lula. "Não é nossa avaliação. Há muito diálogo com a presidente. Ela vem dando respostas, mas mesmo assim os ataques da imprensa continuam", afirmou.
Segundo ele, a permanência dos protestos nas principais cidades do País é alimentada pela mídia. "Porque vocês elogiam tanto que a luta não acabou. Vocês da mídia mesmo estão incentivando ir para o pau", disse.
Para Frateschi, a falta de lideranças partidárias nos protestos também faz parte de uma ação da direita. "Os nossos adversários estão fazendo um movimento para rebaixar a política. É uma tentativa de mudar a tática por parte da direita. Nós caminhamos numa luta política de projetos. O que acontece é que, na luta política, a direita se deu mal", afirmou. "É um momento tenso para a política nacional. Mas tem consequência para todos os lados", acrescentou.
Na avaliação de alguns petistas, os protestos sem uma identificação partidária revelam uma nova forma de movimento social que, no passado recente, era capitaneado pelo partido, responsável em grande parte por dar voz aos "anseios" das classes. Agora, no entanto, o partido apenas "vê a banda passar".
Parte dessa falta de protagonismo atual, para alguns, deve-se a um "caldo de cultura" gerado desde o julgamento do mensalão e pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff dos políticos e consequentemente do PT.
"Isso já vem ocorrendo nos últimos cinco anos quando uma parcela da sociedade viu no mensalão que o PT, que era quem representava as multidões nas suas reivindicações, também não se salvava", disse um petista sob a condição de anonimato. "Dilma precisa disputar a agenda da sociedade. Não o faz porque acha que é centro da gravidade. A postura de que ela está acima da classe política também criou um caldo de cultura que veio desaguar agora", acrescentou.
Em meio ao descontentamento com Dilma, surge entre alguns representantes do partido um sentimento de "volta, Lula". "Há um sentimento estranho em relação à Dilma. O autismo do governo alimenta um sentimento de 'volta, Lula' que ainda não está canalizado, mas pode vir a ficar", afirmou outro dirigente do partido.
"Tudo isso pode injetar ânimo no movimento 'volta, Lula' porque ele conseguia segurar as massas, que sabiam que não seria prejudicadas, e os empresários que sabiam que ele, além de segurar as massas, ao mesmo tempo tinha coragem de colocar um Henrique Meirelles no Banco Central", completou um parlamentar do partido.
Procurado pelo Broadcast Político, o secretário de Comunicação Social do PT, Paulo Frateschi, negou que tenha qualquer movimentação interna pelo retorno de Lula. "Não é nossa avaliação. Há muito diálogo com a presidente. Ela vem dando respostas, mas mesmo assim os ataques da imprensa continuam", afirmou.
Segundo ele, a permanência dos protestos nas principais cidades do País é alimentada pela mídia. "Porque vocês elogiam tanto que a luta não acabou. Vocês da mídia mesmo estão incentivando ir para o pau", disse.
Para Frateschi, a falta de lideranças partidárias nos protestos também faz parte de uma ação da direita. "Os nossos adversários estão fazendo um movimento para rebaixar a política. É uma tentativa de mudar a tática por parte da direita. Nós caminhamos numa luta política de projetos. O que acontece é que, na luta política, a direita se deu mal", afirmou. "É um momento tenso para a política nacional. Mas tem consequência para todos os lados", acrescentou.
Fonte- Folha Vitória
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